domingo, 23 de novembro de 2014

(in)solitudes

Na  cama, sem pressa.
O sol invade imprimindo recortes de luz e a gente vê o que quer.
Que falta me faz a solidão de estar só e de querer estar só. 
De certa maneira aquele pequeno quarto me fez sentir um enorme vazio. Desligar o ventilador me pareceu uma boa ideia, quem sabe o calor não me trazia alguma sensação próxima a de acolhimento.
Não aguentei muito tempo aquele silêncio, a bem da verdade, o barulho do ventilador era minha única companhia.
Peguei o livro gordo que estou lendo há um ano e não passei das primeiras páginas. Três páginas é o que consigo ler antes de cair no sono. Três páginas. Na antepenúltima palavra da terceira página meus olhos param de responder aos meus comandos e fecham a contragosto. 
Meus olhos não são a única parte do meu corpo que pararam de me obedecer ultimamente.
Quem dera os olhos fossem meus únicos órgãos malcriados. 
Quem dera a vontade louca de saber o que acontece nas próximas páginas do livro gordo que estou lendo já faz um ano fosse o motivo da minha inquietude.
Mas a vontade louca e intranquila que me aflige é a de saber o que acontece. Aqui e daqui a pouco.
Em mim.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

O que vi dentro de mim.

























No mesmo erro sigo. No mesmo erro erro.
No mesmo momento confio. Num simples gesto me entrego.

- Felicidade?: Procuro. - Amor?: Indago.
Tão longe estão que pra me ouvirem grito bem alto.

Será que algum dia vou achá-los? Ou pior, será que eles sequer existem?
- Me respondam por favor! - Me ouçam, me ajudem, se mostrem!
Quanto mais desesperada fico, mais abafados soam meus apelos.
A presença da solidão é avassaladora e me domina por inteiro.

Me recolho timidamente sem vontade de seguir,
mas é nesse fim que me encontro,
e me sinto mais forte do que nunca me senti.

Sorrindo então me respondo:
- Estamos aqui.