domingo, 23 de novembro de 2014

(in)solitudes

Na  cama, sem pressa.
O sol invade imprimindo recortes de luz e a gente vê o que quer.
Que falta me faz a solidão de estar só e de querer estar só. 
De certa maneira aquele pequeno quarto me fez sentir um enorme vazio. Desligar o ventilador me pareceu uma boa ideia, quem sabe o calor não me trazia alguma sensação próxima a de acolhimento.
Não aguentei muito tempo aquele silêncio, a bem da verdade, o barulho do ventilador era minha única companhia.
Peguei o livro gordo que estou lendo há um ano e não passei das primeiras páginas. Três páginas é o que consigo ler antes de cair no sono. Três páginas. Na antepenúltima palavra da terceira página meus olhos param de responder aos meus comandos e fecham a contragosto. 
Meus olhos não são a única parte do meu corpo que pararam de me obedecer ultimamente.
Quem dera os olhos fossem meus únicos órgãos malcriados. 
Quem dera a vontade louca de saber o que acontece nas próximas páginas do livro gordo que estou lendo já faz um ano fosse o motivo da minha inquietude.
Mas a vontade louca e intranquila que me aflige é a de saber o que acontece. Aqui e daqui a pouco.
Em mim.

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