segunda-feira, 3 de outubro de 2016
Mas da próxima vez que eu for a Brasília, eu trago uma flor do cerrado pra você
A poeira que sobe vermelha
e rouba o ar do pulmão
gruda na pele, na roupa e nos olhos
e deixa tudo vermelho junto
que me lembra que nessas terras que eu explorei
eu deixei um pouco de saudade
deixei saudade nas pedras que subi pra descansar dos rios
e nos rios que mergulhei cheios de terra
essa mesma terra vermelha que agora vira pó de lembranças
que corre vermelha junto com meu sangue
e que assenta,
enfim, dentro do peito
e encontra terreno no meu coração
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
desmemórias
Sobre o teu cheiro
Achei uma blusa tua aqui no armário. Tentei sentir teu cheiro nela, mas não consegui decifrar se ainda estava ali. Teu cheiro tinha tanto da tua presença, e agora eu não consigo encontrar. E daí que eu não me lembro como é ter você por perto. E daí que agora eu não sei o que eu fiz com a tal blusa, não sei mesmo. Veja, não foi por mal, eu mesma vivo esquecendo coisa minha por aí. Faço um esforço danado pra lembrar onde deixei e depois acabo me consolando com o fato de que nunca mais vou ter aquilo de novo. Não é mais meu(será que já foi?), deixa pra lá. Dói menos do que a gente pensa.
Sobre a tua voz
Te encontrei ontem na rua e te achei esquisito. Achei tua voz estranha. Não lembrava de como ela era. Na verdade eu me recordava era de uma outra voz. E aí quando você disse "oi" eu lembrei que não lembrava muito bem de você. Eu gosto tanto da tua voz (aquela que você tinha não essa que você tem agora, ou a que sempre teve e eu que escutava diferente), às vezes eu ainda ouço ela no rádio, sabia?
Sobre você
Guardei teu cheiro numa camisa que perdi, e tua voz eu guardei numa lembrança que inventei.
Eu queria escrever uma coisa bonita procê, mas aí eu perdi também a vontade, na verdade acho que te desencontrei. Como eu já disse, vivo esquecendo as coisas por aí.
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